[Resenha] Ratos - Gordon Reece

terça-feira, abril 14, 2015

"Shelley e a mãe foram maltratadas a vida inteira. Elas têm consciência disso, mas não sabem reagir — são como ratos, estão sempre entocadas e coagidas. Shelley, vítima de um longo período de bullying que culminou em um violento atentado, não frequenta a escola. Esteve perto da morte, e as cicatrizes em seu rosto a lembram disso. Ainda se refazendo do ataque e se recuperando do humilhante divórcio dos pais, ela e a mãe vivem refugiadas em um chalé afastado da cidade. Confiantes de que o pesadelo acabou elas enfim se sentem confortáveis, entre livros, instrumentos musicais e canecas de chocolate quente junto à lareira. Mas, na noite em que Shelley completa dezesseis anos, um estranho invade a tranquilidade das duas e um sentimento é despertado na menina. Os acontecimentos que se seguem instauram o caos em tudo o que pensam e sentem em relação a elas mesmas e ao mundo que sempre as castigou. Até mesmo os ratos têm um limite."

Quando li uma resenha desse livro, já me empolguei. Achei a capa super bacana e a sinopse me chamou muito a atenção. Corri para ver o preço, o que imaginei que seria mais um daqueles livros super caros e quebrei a cara. Paguei menos de R$ 5,00, juro!!!

É um livro de tirar o fôlego, o li em três dias, poderia ter lido mais rápido, mas não deu. Nunca tinha ouvido falar o autor (me perdoe os fãs) e me apaixonei pela escrita, me apaixonei pela história e nossa, virei fã!

O livro conta a história de Shelley, uma garota que tinha  três melhores amigas e essas meninas, viraram suas inimigas, assim, do nada. Shelley então passa a sofrer bullying na escola e isso deixou muitas marcas nela. Tanto físicas, quanto psicológicas e comportamentais. Ela era passiva, submissa e não reagia frente às crueldades de suas opressoras. Era um rato. Incapaz de fazer algo além de aceitar seu destino e se esconder. Parte desse comportamento já derivava das semelhanças com sua mãe - também um rato que “aceitou” o divórcio e agora trabalha numa empresa num cargo desvalorizado onde os chefes descarregavam seus casos nela e um deles, até a assediava – e a outra parte se agravou vindo do resultado das terríveis agressões feitas pelas Jets – as ex-amigas de Shelley, Jane Ireson, Emma Townley e Teresa Watson – que trouxe também as feias cicatrizes no seu pescoço e na sua testa. 


Não querendo mais voltar à escola, elas procuraram uma casa afastada da cidade, isolada no campo, sem vizinhos por perto, onde Shelley, prestes a completar dezesseis anos e ser submetida aos exames finais, passaria a estudar em casa com dois tutores. Ou seja, elas continuavam agindo como ratos. Mas na fatídica madrugada de onze de abril, aniversário de dezesseis anos da garota, um homem – um gato – invade a casa delas e a partir daí tudo muda em suas vidas.

"Eu gostava de me divertir imaginando o brasão que usaríamos no peito – um rato em uma ratoeira, com o pescoço quebrado – e nosso lema “Nati ad arum” escrito sobre o desenho de um pergaminho desenrolado: Nascidas com o gene da vítima. Seria aquele o real legado da minha mãe para mim?"
Pag. 38

Um livro super bem elaborado. Quase que não dá para resenhar sem soltar um spoiler. Arduamente trabalhado no psicológico de suas personagens o resultado não poderia ser mais arrasador. Esse é um livro de extremos, de sentimentos pulsantes lutando para serem libertados. O leitor acompanha o desenrolar dos acontecimentos com uma angústia intrínseca, lendo muito mais nas entrelinhas do que a própria protagonista seria capaz de admitir. Gordon Reece definitivamente sabia como conduzir essa história, e o fez como mestre.


O livro é considerado um romance, mas de romance não tem nada, Ratos é um thriller psicológico dúbio e arrebatador.
Eu recomendo o livro a todos os amantes de uma história de suspense bem típica, daquelas que prendem o leitor do início ao fim. Com um coraçãozinho de favorito pela inteligência da ideia final. Simplesmente genial.

"Até hoje não sei exatamente o que me levou a fazer aquilo {…}, talvez a verdade seja que todos nós temos um limite – até mesmo os ratos – , e quando ele é quebrado algo se transforma dentro de nós. Talvez tenha sido apenas a maneira como o lindo laço vermelho que minha mãe tinha feito caíra lenta e pateticamente do chão…" Pag. 74


Título Ratos// Autor Gordon Reece// Páginas 240// Editora Intrínseca// Minha Classificação 5/5

Você Pode Gostar Também:

2 Comentários

Instagram

Últimos Tweets

YouTube



Curta a Fanpage